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quinta-feira, 31 de julho de 2014


A Deriva
 

A deriva segue minha percepção
Ombros fechados, olhos rasteiros
Perdido no principio destes conceitos
Onde na minha fidelidade, fraquejo

Não estou aqui, nem mesmo em meus desejos
Sou uma sombra da insatisfação
Que nesta luz não permite inclusão
Vivo a deriva, sem porto, sem identificação

Nenhum aprendizado enche meu pote
Nenhum passatempo me acolhe em seu tempo
Nenhum ouvido tem respostas as minhas suplicas
E soa a justiça tão injusta, que vago, sem justificativa

A deriva segue meus olhos, em noite enluarada
Buscando nas estrelas, um traço, um resumo
Desta maldade, mal fadada
De humanidade estampada

Sigo perdido no horizonte azul, deste paraíso glorioso
Habitado de bestas feras, que audaciosamente, proclamam ordem e razão
Sigo enlameado nesta terra putrefata, de leis vertiginosas
Que embebedam sua prole, com fabulas e lorotas

A deriva, até o fim dos dias
Destes dias longos, de uma juventude esquecida
Um tempo sem sentido, ou, sentido tempo
Que compreendo, sem justificativa

Luciano Andrade PATCHANNS

segunda-feira, 28 de julho de 2014


Mundo Novo

São estas vozes de estatuas
Que fitam paradas
Contemplando a inação
Que emerge forças
E espalham sandices

São estas vozes de estatuas
Que predizem o futuro
Contando o passado
Formam ações e condutas
Observados, em buracos de fechadura

São elas, as inertes
Vozes ouvidas, aclamadas, seguidas
E não importa a origem
Se ditas, na janela do tempo
Invadem seu templo, te contaminam

Luciano Andrade PATCHANNS

sexta-feira, 18 de julho de 2014


Parábolas

Porque invadi o seu Mundo
Enlacei-me em teus braços
Suplantei meus fracassos
Fiz-me, verdade nua

Compreendi teu enredo
Nas entrelinhas de teu enigma
Abobei-me do desejo
E não tenho mais as mãos vazias
 
Luciano Andrade PATCHANNS

sexta-feira, 11 de julho de 2014


Uni - Verso
 
De prelúdio e absinto
Defeitos, carrego comigo
Quando a imensidão do espaço verso
Conjurei como meu Mundo
 
E meu olhar, não vai mais até o fundo
Olha por sobre a vista
Tendo em vista a resposta
Sobre a fonte da pergunta
 
E essa, me maltrata
Ignorando minha existência
Que como filho de Deus
Não me vanglorio, desta falta de harmonia
 
E a minha pergunta, é a ausência
Que de Deus, onde esta a presença?
Que deixa os homens na amargura
De tentar compreender, o incompreendido onipresente
 
Sinto-me tão impotente
De alcançar o abismo glorioso
Talvez prepotente
Buscando triunfos individuais
Quando na unicidade
Talvez encontre a resposta de minha busca
 
Se unidos fossemos, no bem em comum
Deus poderia fazer-se presente
Nos sentidos dormentes, que se dá em contrariedades
Buscando em si mesmo, respostas
Que podem estar, presentes na coletividade
 
Num desejo ardente, de desatinado desapego
Que alçaria as almas viventes, em consciência universal
E talvez pudéssemos assim, ser parte da essência
Compondo-se ao verso espaço, sem anseios de usá-lo
Para a nossa van sobrevivência
Dando-se a rara noção, de que não se conquista nada na subsistência
Sem declinar e destruir a si mesmo
 
E a pergunta que elaborou a divina resposta
Não pode ser pronunciada, e nem mesmo escrita
Pois é um sentimento que habita
No caos do universo, sendo de infinita circunferência
E Deus é apenas uma essência, de movimento e  repouso
Que o Espaço Verso orienta
E nós, somos apenas parte dos frutos
Gerados por esta sublime inteligência
 
Luciano Andrade PATCHANNS

quinta-feira, 10 de julho de 2014


A Copa não Veio!

A copa não veio!
Castigo perfeito
Para o "esquema"
Mal feito

Sobrou para a nação
Chorar os louros da corrupção
Que sobressaiu-se ao pleito
De conquistar este mundão

Foi assim na Copa do Mundo
É assim no Plenário
Na Câmara
E no Palácio da Nação

E que chore mesmo este povo
Que ignora o "esquema", em virtude de si mesmo
E carrega a mentira no alto do mastro
Estampando no peito, a "Ordem e o Progresso"


Luciano Andrade PATCHANNS

terça-feira, 8 de julho de 2014


Cegueira da Visão

Receio não falar das flores
Que tomado pelo rancor, tem no sentimento a injustiça
Receio não falar do amor
Que sobtensão de frentes terroristas, tem no medo, sua premissa
Receio não recitar ao luar
Onde as sombras que nos resgatam, está a espreita de nos apanhar

Mas não me calarei moribundo, nos becos deste mundo
Onde tende o homem a fraquejar
Darei meu brado profundo, de alma reluzente a vista do nascente
Onde me possam ver tão contente, e seus corações acalentar

Não cairei nas pedras do monte, que por vezes terei de escalar
Não chorarei meus mortos, para minhas fraquezas não revelar
Não tombarei na fronte, para que meus amigos não entreguem seu ganzar
Mas serei enquanto homem, palavras desnudas ao luar

Que discerne pensamentos e embalam casais
Que fomenta desejos, primaveras florais
Que abraça a solidão, em madrugadas infernais
Que ostenta o sorriso, nos pobres coitados, filhos sociais

Não me encanta ser a Política
E de ditos desonrosos não me precipitarei
Não cairei na celebridade
E de profeta não me fartarei

Serei apenas o Poeta na escadaria
Recitando meus versos a revelia
Cantando musicas de protesto na violinha
Observando o movimento manifesto deste tempo
Que ao mesmo tempo, que nos da mais tempo
Tira-nos a rotina do passatempo

E vejo olhos corrediços, fuga de pensamentos
E o que antes fora discutido, agora é só mais um dito
Que se perde no afoito complemento
E quem vem de passo calmo, olha para mim aturdido
Presta atenção por um instante em meus poemas espremidos
E com um sorriso de quem se encanta com o saudosismo
Joga-me uma moeda
O pagamento pelo compromisso

Luciano Andrade PATCHANNS

quinta-feira, 3 de julho de 2014


Transeuntes
 

Somos feitos à essência de frases feitas
Rostos marcados, exemplos conhecidos
Heróis que nos são concebidos
Premissas de Fé, Sentido e Razão

Como tijolos que não sonham ser Pontes
Nos fizemos Edifícios imponentes e solitários
Buscando um "Eu" totalitário
À unicidade de uma proposição

Não temos olhos para os exemplos que nos circundam
E suas obras nos desafiam em subsistência
Mas ver, não faz a diferença
Quando auto elege-se, a única valida inteligência

E no contraposto, de tudo que é existente
O "Sim" já cambaleia doente, frente ao "Não" crescente
Que nega-se ao Divo, seguir suas parábolas  reluzentes
E dizemos "Sim", para tudo que nos é indecente

Seria esta a transição para uma grande mudança
Onde a humanidade será uma nação
Ou somente a sentença da "Maya" previsão
Que prediz o "Fim", para o reinicio de uma nova estação

E entre as frases de efeito
Que bradam de verão a verão
Ouve-se abafado, os murmúrios
Dos que choram em vão

Choram-se "Marias" e "Joãos"
Oram pelos Estados, que não são uma só Nação
Pedem para Deus não abandonar seu coração
Preservando a profecia, conservando a essência da criação

"Jesus disse: Sede Transeuntes... (Evangelho de Tomé)"

Luciano Andrade PATCHANNS