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terça-feira, 9 de junho de 2015



Se perceber no meio



Como o homem se percebe em seu meio? Porque ele distingue-se dentre os outros animais? O homem estabeleceu-se no topo da cadeia alimentar por meio de sua curiosidade, por meio de uma reflexão de si mesmo e do meio onde se percebe; essa curiosidade nos remete a outra pergunta, é na essência ou na evolução fisiológica que nos destacamos dentre os seres vivos de nosso meio? Se admitirmos que todo ser vivo é constituído de uma essência, ou alma, que habita o corpo material de modo inteligível para compor este ao mundo sensível, então não seriamos diferentes no contexto universal já que somos todos manifestação do cosmos, mas então porque somos os únicos que pergunta, que promete?

Sabedoria-do-Caos

Pretendo aqui relacionar o homem a mais alta manifestação do cosmos, diferenciando-o dos demais seres sensíveis que compõem nosso meio; vamos pensar na energia que governa o universo, energia esta que compreendo como "sabedoria-do-caos", diferente da conhecida "ordem do caos" que coisifica o caos, a sabedoria-do-caos que pretendo aqui enumerar, é a força inteligível que movimenta e manifesta-se no cosmos.

Vamos relacionar para isso, o conhecimento até aqui adquirido pelo homem, por meio de sua curiosidade, sua angustia de dar ênfase a sua existência, ou seja, a Filosofia, a ciência cosmológica e a religião como manifestação das paixões que concretizam e dão importância a nossa compreensão do meio.

Rapidamente, sem detalhar muito as questões Cientificas Cosmológicas, vamos tomar sua teoria do Big Bang, que defende que o Universo surgiu de uma grande explosão no vácuo, dando origem a todas as coisas; dentre estas coisas que predicaram do Big Bang, está o Boson de Higgs (Partícula de Deus), que é, até o momento, o conhecimento de uma partícula de energia que transforma-se em massa, ou seja, dela, surgiu tudo o que percebemos no meio sensível.

Buscamos por meio da religião, da crença, explicar o que antes não podíamos, mas é curioso algumas particularidades de colocação que relaciono ao conhecimento que hoje a ciência cosmológica nos dá, como este trecho do Evangelho Gnóstico de João, chamado de "Revelação do Mistério da Cruz", em que João recebe um Demônio do qual ele diz ser Jesus, que mesmo estando sendo crucificado, transcende a crucificação e vai até ele para ensina-lo sobre o mistério do "Logos", veja excerto:
 
"E quando ele disse isto, mostrou-me uma cruz de Luz firmemente fixa, e em volta da cruz uma grande multidão, que não tinha nenhuma forma definida, e na cruz estava uma outra forma, com a mesma aparência."
 
E continua:
 
"Esta cruz de Luz é algumas vezes chamada de Logos por mim, para vossos propósitos, algumas vezes Mente, algumas vezes Jesus. Algumas vezes Cristo, algumas vezes uma porta, algumas vezes um caminho, algumas vezes pão, algumas vezes semente, algumas vezes ressurreição, algumas vezes Filho, algumas vezes Pai, algumas vezes Espírito, algumas vezes Vida, algumas vezes Pistis (Fé), algumas vezes Charis (graça); e assim é chamada para propósitos do homem." "Mas o que é verdadeiramente, como conhecida em sí mesma e dito por nós, é que: É a distinção de todas as coisas; e a forte elevação do que está firmemente fixo, fora do que é instável, é a luz que emana de si mesma, e a harmonia da Sabedoria, sendo Sabedoria em harmonia."
 
Quero ressaltar o trecho onde ele diz, "é a luz que emana de si mesma", me parece perfeitamente plausível relacionar esta conotação ao Big Bang, pois o que seria uma luz que emana de si mesma, senão uma explosão. Por este ponto de vista, temos religião e ciência cosmológica defendendo um mesmo principio; ao mesmo tempo nos da um cenário de como pensarmos este principio, nos remetendo à uma "ideia" (Logos) como o inicio de toda a sabedoria-do-caos, culminando deste modo na criação do cosmos pela emanação da luz, ou, pela ciência cosmológica através do Bóson de Higgs, "como se corporifica a massa em meio a toda energia que configura o Cosmos".

Manifestação do Cosmos

Já vimos que é possível relacionar ciência e religião por meio da filosofia, daí a grande importância da filosofia para o homem, a busca incansável pela descoberta de si mesmo e como se perceber no meio; a filosofia nasce quando o homem questiona-se, busca no principio de seu próprio entendimento a origem de "ser" e "estar" para estabelecer-se como "Eu sou" e "Estou", para tal usou daquilo que está implícito no homem, como afirma Mondin(1998, p. 21) quando fala que há:
 
"[...] muitos indícios: a autoconsciência, a reflexão, a contemplação, o colóquio, a autotranscendência, etc. Mas o indicio mais certo, porém, é a liberdade. Está é a condição própria do espírito. O espírito, e somente o espírito é essencialmente livre, [...] o homem possui uma dimensão interior de natureza espiritual: a alma, a mente e o espírito."
 
Gostaria de convida-los neste momento a desconstruir tudo o que sabem sobre si mesmos e sobre o mundo sensível e inteligível.

Partindo dos princípios aqui elucidados acerca da religião e da ciência cosmológica, sabemos então que ambas o defendem por meio da energia, a "luz que emana de si mesma" para a religião e o "Big Bang" para a ciência, o Logos e a partícula de Deus. Não é difícil de concluir que uma manifestação cosmológica como está teria por objeto manifestar-se de maneira sensível, e, que para tal, manifestou-se na construção dos astros e dos seres vivos que compõem a natureza do cosmos; o cosmos, deste modo, pela sabedoria-do-caos, estaria experimentando sua própria emanação por meio de suas manifestações, e assim, como em uma tentativa de erro e acerto, promove a evolução do meio, observado por meio desta experiência, como afirma Mondin (1998, p. 8):
 
" O homem não entra neste mundo como uma obra inteiramente completa, totalmente definida, mas, principalmente, como um projeto aberto, a ser definido, a ser realizado [...]."
 
Temos que, pelo modo como o homem se percebe em seu meio, e como este destoa dos demais seres vivos, que tem como objeto a sobrevivência, é perfeitamente plausível conotar ao homem a maior manifestação do cosmos, e porque não dizer que o homem é o próprio cosmos, manifesto em seu próprio meio para constituir-se como sabedoria máxima do meio sensível, como afirma Protágoras, "O homem é a medida de todas as coisas , das coisas que são enquanto são, das coisas que não são enquanto não são", me permito ainda citar Jesus, no Evangelho Gnóstico de Tomé, quando diz:
 
"77. Disse Jesus: Eu sou a luz, que está acima de todos. Eu sou o "Todo". O Todo saiu de mim, e o Todo voltou a mim. Rachai a madeira – lá estou eu. Erguei a pedra – lá me achareis."
 
Portanto, temos que, o homem é o manifesto do cosmos por meio da sabedoria-do-caos, o homem é constituído da parte do todo como a maior manifestação do todo, sendo o homem o próprio todo, ou o próprio cosmos, assim se percebe o homem diante das coisas sensíveis e inteligíveis, ao passo que, a experiência demanda da evolução do homem; não serei eu demagogo de imaginar que no vasto cosmos, o humano é a única manifestação da sabedoria-do-caos, contudo, somos a explanação desta manifestação nesta parte do cosmos, experimentando e evoluindo conforme o nosso meio.
 
Bibliografia -
Antropologia, Ética e Cultura, caderno de referencia de conteúdo, Claretiano jul/2013.
Dissertação Filosófica, Claudemir Gonçalves de Oliveira, Claretiano versão fev./2015 .
Evangelho Gnóstico de João
Evangelho Gnóstico de Tomé

Pesquisas:
http://www.infoescola.com/fisica/boson-de-higgs/
 
 
 
 

domingo, 12 de abril de 2015


Ensaio à Filantropia

 

               Filantropia significa "Amor à humanidade" palavra de origem Grega.

               Existe hoje em todo âmbito social uma demagogia acerca da filantropia, uma deturpação do seu valor; digo isso por diversas razões, uma delas é pelo qual ela se dá, temos em sua origem etimológica o conceito de "amor", e, por mais que fazer a filantropia seja bom independente de qual o motivo pelo qual ela foi feita, me preocupa o olhar do qual a sociedade tem aplicado ao termo. Sempre defendo que uma má ação não elimina uma boa, e, ver ações filantrópicas encabeçadas por pessoas de má índole e histórico desonesto me faz refletir o quanto é honroso ou não, participar destes atos; Ações filantrópicas encabeçadas por políticos ou formadores de opinião de cunho privado quem visam o seu próprio beneficio, não deveriam ser seguidas e/ou ajudadas pelo meio social de uma polis; melhor ação seria esta se o individuo ou um grupo de pessoas o fizessem de maneira licita e privada, afinal, "o que a tua direita faz, que a tua esquerda não saiba".

               Não é difícil perceber uma ação filantrópica maleficente, ela segue certa conduta em particular, que pretendo aqui enumerar:

                              Ela é organizada por alguém publico e/ou de um grupo de vínculo político, bem como de ordem privada, como grandes corporações com fins lucrativos; eles sempre fazem parte ou corroboram para acessibilidade do grupo ou individuo filantropo, que o divulga e o exalto como grande prestador publico.

                              Ela esta sempre envolvida com eventos que pretendem enuncia-las.

                              Ela aparece na mídia ou em redes sociais a fim de valorizar sua ação e divulga-la.

                              Ela recebe donativos de pessoas impessoais, ou seja, que não se relacionam com a entidade ou o grupo de pessoas beneficiadas.

                              Ela é atribuída a uma só pessoa e/ou grupo ou entidade.

               Doações de até 6% podem ser abatidas do I.R., desde que sejam feitas a entidades ou fundos de projetos ligados ao Governo, lembre-se disso quando for doar dinheiro.

               Minha intenção aqui não é desmerecer estas ações, mas de abrir os olhos de quem participa delas sem envolver-se, você acha correto acender a boas ações quem não tem mérito para elas; temos em meio a estas ações, políticos corruptos, ladrões de colarinho branco (o termo é antigo, mas eles ainda existem), munícipes que buscam ascensão política por meio destas ações, empresários que buscam popularização social para se destacar no meio pensando em um futuro político e/ou organizacional, enfim, gente suja que pinta de boa não falta; gente boa de verdade não aparece, faz por sua própria iniciativa e não pede nada parra ninguém, não coloca preço, doa o que pode ser doado.

               Ajudar é uma ação de amor, uma chance de olhar nos olhos de quem precisa e conhecer de perto suas necessidades, senti-las; não é uma ação para aparecer e exaltar.          Ajudar é preciso no meio em que vivemos, calcula-se que 80% da população mundial vive na mais extrema miséria, isso representa 6 Bilhões de pessoas que olhariam para o lixo de nossas casas e veriam um banquete; destinar a ajuda que podemos oferecer a essa gente suja que quer escalar degraus as nossas custas não é o melhor caminho, antes de efetuarmos uma doação temos que investigar a fundo quais são os envolvidos na ação, revirar o passado em busca de idoneidade e usar do bom senso, dentro das questões aqui enumeradas para ter certeza do verdadeiro propósito deste grupo ou organização ou pessoa.

               Volta a dizer, "uma boa ação não elimina uma má ação".

               Relacione-se com pessoas, descubra suas necessidade, organizem ações populares com enfoque nos deveres do Governo para com a cidadania, cobrar os direitos prescritos na Lei e fazer valer as propostas de direitos humanos é a sua maior contribuição; a melhor doação é aquela que não precisa ser feita, neste dia, a humanidade será humanizada.

 

                                                                          Luciano Andrade PATCHANNS
 

(...)

Sou como o canário na gaiola.
Sou belo, imponente, ágil,
E entoo a mais bela canção.

Mas estou preso.

 

E mesmo preso no tempo infindável

De meu tempo, neste mundo concreto

E carnal, eu estou livre; pois não

há gaiolas para o pensamento.

 

Eis ai a motivação do canário.

Eis ai a minha motivação.

Não estar onde se sente, mas

Sentir onde se quer estar.

 

Luciano Andrade PATCHANNS

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015


Tempestade
 

Sentei-me à sombra de sua copa,
Plantei meus sonhos, fiz minha oca.
Vi a tempestade chegando devagar,
Sussurrando segredos, o vento que me toca.

No choque das nuvens o trovão.
É só o aviso, no raio , está a verdadeira
expressão. Traz consigo o medo, nem
por isso fraquejo, sustento meu brasão.

Da fenda te vejo, respiro fundo,
Prendo a respiração. Não é o medo,
É detalhe de observação. Contudo,
Sua gloria ensejo, sendo eu, ou sendo o pleito.

Eu balizo o meu passo, entre realidade e feito.
Mas do que me faço, esta no leito. Cabe a ti,
Os meus defeitos, por onde vou, ou por onde
passo, deixo rastros, sem efeitos.

Individuo ou carne, não sei direito, donde for
Que seja eleito. Na clausura eu te pergunto,
Mas de respostas elucidadas tenho me feito.
És minha prisão, da causa, meu efeito.
 

Luciano Andrade PATCHANNS

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015


 
 
Na natureza o que é do Homem
 

Minha quaresmeira seca, aniquilada e

 Retorcida, não floriu na estação, sem

Ser polinizada ficou oprimida, chorou

suas folhas secas pelo chão, se escondeu,

 recostou-se na solidão.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015


 
Jornada


Vociferar, silenciar, questionar uma
 explanação. Beber do vinho seco,
sentar ao chão. Mirar as estralas, ser
parte do todo, ver além do ancião.

Considerar suas fraquezas, ansiar
Pelo perdão, mentir com clareza,
Contemplar a razão. Jubilar-se do
Amor, Danar-se em flagelação.

Da premissa certeza, não ter mais
Opinião. Das incertezas, respostas,
Inda que não preencha o pote da
Satisfação.

Vagar pelo limbo, buscar origem na
era virgem, estar ausente do tempo
perdido, ver-te presente no olho
amigo.

Estar lá, ir embora, voltar...
Ver o seu reflexo, e não saber quem é.
Lembrar do passado, como quem lê
Um livro. Voltar, ir embora, estar lá...

Preencher-se da historia, contar estórias,
Ser pequeno, ser grande, ser lenda...
Enrugar-se do tempo, cortejar a lucidez.
Valer-se de um momento, morrer-te...


Luciano Andrade PATCHANNS

terça-feira, 13 de janeiro de 2015


 
...


Do verbo, espada, ferido,
lancei-me aqui, sem ter
sucumbido, ao desejo
de não ter caído.

De ferrenha imposição divina,
me clama mais um dia.
Segue, segue... Almeja minha Alma,
Seja a vida.

Pede-me o trovão sonoro, que
a mim ecoa. Sejam teus os novos dias,
De minha centelha, não empenha fuga
Seja o dito percebido, tua labuta.

Não me darei a ti, nem dúvida, nem certeza,
De tua erudição, será a fé tua conduta,
Nela se fartara de mim, e o que direis de
verdade, se for de fé, não hesitareis.

Segue tua aura, no teu caminho o poreis
Duvidaras por certo, da fé, caducareis
Mas não cambaleie diante de ti, quando
de ti mesmo, duvidar.

Seja firme o teu passo, na pena, tua luta.
Seja ego o teu timbre, de volúpia, breve...
Não espreite de vida, observe...
E dita, de pena leve.

É o homem, é o homem, aquele que enaltece.
De mim, não apetece, senão, por si mesmo.
E não me venha editar caminhos, nem choro,
nem prece. Faz tua linha, te obedece...

Levarei consigo a dor que esvaeci, que a
lembrança, não seja breve. É no martírio,
que lhe rogo em prece, em repouso, só os
que me enfraquecem.

Vai, vai... Derrama a tua lagrima, duvidas de
minha honraria, blasfema tua alma. Não sereno
singularidades, és tu, o que sou. O movimento,
eu te dei, o repouso, não é teu.

Não mendigue a mim, o que não é meu
Não me venha chorar ma sorte
Nem rogar pelo teu templo colossal
Meu templo, sou eu.

Abra teus olhos, venha ver.
Olhe de novo, vem saber.
E sabendo,
Ouça.

Do verbo, Espada, ferido.
Eis me aqui, caído. Julgando o que
não me faz sentido. Sentindo-me oprimido,
pelo dito que não  se faz dito.

Do verbo, Espada, ferido.
Eis me aqui, caído. De Aura pálida em prece.
É o tempo do sofrido,
Eis o tempo do sofrido...

Luciano Andrade PATCHANNS