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terça-feira, 8 de julho de 2014


Cegueira da Visão

Receio não falar das flores
Que tomado pelo rancor, tem no sentimento a injustiça
Receio não falar do amor
Que sobtensão de frentes terroristas, tem no medo, sua premissa
Receio não recitar ao luar
Onde as sombras que nos resgatam, está a espreita de nos apanhar

Mas não me calarei moribundo, nos becos deste mundo
Onde tende o homem a fraquejar
Darei meu brado profundo, de alma reluzente a vista do nascente
Onde me possam ver tão contente, e seus corações acalentar

Não cairei nas pedras do monte, que por vezes terei de escalar
Não chorarei meus mortos, para minhas fraquezas não revelar
Não tombarei na fronte, para que meus amigos não entreguem seu ganzar
Mas serei enquanto homem, palavras desnudas ao luar

Que discerne pensamentos e embalam casais
Que fomenta desejos, primaveras florais
Que abraça a solidão, em madrugadas infernais
Que ostenta o sorriso, nos pobres coitados, filhos sociais

Não me encanta ser a Política
E de ditos desonrosos não me precipitarei
Não cairei na celebridade
E de profeta não me fartarei

Serei apenas o Poeta na escadaria
Recitando meus versos a revelia
Cantando musicas de protesto na violinha
Observando o movimento manifesto deste tempo
Que ao mesmo tempo, que nos da mais tempo
Tira-nos a rotina do passatempo

E vejo olhos corrediços, fuga de pensamentos
E o que antes fora discutido, agora é só mais um dito
Que se perde no afoito complemento
E quem vem de passo calmo, olha para mim aturdido
Presta atenção por um instante em meus poemas espremidos
E com um sorriso de quem se encanta com o saudosismo
Joga-me uma moeda
O pagamento pelo compromisso

Luciano Andrade PATCHANNS

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