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sexta-feira, 30 de maio de 2014


Olho Negro


Custa-me ser o avesso
Essa sombra que acaricia as trevas
Este lado que repele a luz
Repousando no limbo da virtude

Sentencia-me este olho negro
Que enxerga desfechos
Traz a tona segredos
Vestes sombrias, ocultas no espelho

Traduz-me!
Diga-me quem eu sou!
Acolha-me na luz, para fugir de seus segredos
Desviar de teus passos, considerar seus defeitos


Diga-me, porque me destes as trevas da clarividência!
Essa libra que não pende para lada algum
Que me aparta deste rebanho
Impondo-me a longa jornada, solícito e nu

Luciano Andrade PATCHANNS

segunda-feira, 26 de maio de 2014


Medo


Não temo as marcas do passado
Nem contextos do designo
Temo mesmo as fontes literárias que contradizem o futuro
Ocultando da jornada, o presente que de medo cultuo

Temo a deusa da ganância e as sandices do consumo
Temo a morte da sabedoria e forte elevação do submundo
Temo mais minhas verdades que as mentiras do casto mundo
Temo que a moribunda liberdade seja banida do ser profundo

E do medo tenho apenas o prenuncio
De um Mundo mais imundo
Que oferta mais tiranos do que Raimundos
Abastando lentamente, o que do  homem é mais ao fundo

E se temer é uma constante dissertação
Verei nos homens o medo na forma de obsessão
Que a tudo degrada em nome da segurança
E de uma agravada obstinação
 
E terei medo de olhar nos olhos que se cruzam no caminho
E ver que olham para mim, com o mesmo medo que lhes tenho conferido
E sentirei vergonha de mim mesmo, sendo eu homem
Que se esqueceu de Deus os seus desígnios
E não amou o irmão, que a ti foi proferido

Luciano Andrade PATCHANNS
www.facebook.com/PATCHANNS

O Imolado

Não tem na pena de si mesmo, o que te abala o jargão
Não tem peso em si, o ato de sua imolação
Não importa o que te vale, nem o que virá a seguir
Ainda que tombe só, que o medo lhe assombre
E que seus olhos não vejam o que irá proferir
Eis tua conduta...

Luciano Andrade PATCHANNS
www.facebook.com/PATCHANNS

sábado, 24 de maio de 2014



A Faca da Noite

Trecho de meu livro...
Desfrutem a nova Poesia, conheçam "A FACA DA NOITE"

quinta-feira, 22 de maio de 2014


Legado


Não almejo ser a flor, entre paginas de um livro
Nem recados em paginas de caderno
Quero ser a beira do abismo
O sentimento que faz sentido
O frio na barriga, o arrepio da espinha
Quero ser a duvida, a aposta
A certeza de não ter certeza
A aventura de ser mais um dia

Quero ser a base arenosa
A lagrima de alegria
A atitude inesperada
A curva cega da estrada
Quero ser surpresa todos os dias
A ovelha desprendida
Chuva de tardinha
Lua alta de manhã

Não quero ser normal
Quero o doce aceno do irreal
Não desejo a marcha da nobre conduta
Quero ser o contraposto a essa luta
Não ostento um lugar nessa fila
Nem bilhetes de loteria
Quero ser os olhos levantados
Mãos, que beneficiam

Não almejo ser flor, entre paginas de um livro
Nem recados em paginas de caderno
Quero a interrogação
A objeção
A exclamação
O ponto final
Quero apenas ser o livro
Que carrega em seu embornal

Luciano Andrade PATCHANNS
www.facebook.com/PATCHANNS

quarta-feira, 21 de maio de 2014

"Normal"

 
Tenho contas a pagar
Defuntos para enterrar
Ponto para bater
Historias para recordar
Parentes para visitar
Lembranças, que tento esquecer

Tenho hora para acordar
Compromissos para cumprir
Filhos para criar
Veiculo para abastecer
Impostos que não queria ter
Governo, para maldizer

Tenho Jardim para regar
Calçada para varrer
Arvore para ver crescer
Cachorro para alimentar
Supermercado para fazer
E uma cerveja, para relaxar

Tenho livros para ler
Poemas a escrever
Conversas para esclarecer
Ideias para compartilhar
Lições para aprender
Amigos, para conhecer

Tenho um amor para viver
Arte para admirar
Musica para me alegrar
Filosofia para refletir
Deus, para me ouvir
E a eternidade para enfrentar

Eu tenho você
Eu tenho a mim mesmo
Tenho desejos, sonhos e anseios
Frustrações, derrotas e conquistas
Eu tenho o agora
E a certeza de que tudo, começa agora

Luciano Andrade PATCHANNS
www.facebook.com/PATCHANNS

terça-feira, 20 de maio de 2014


Fosseis


São fosseis de um dia de Dezembro
Que não sabemos se é cruz ou compromisso
Veste-me, essa túnica sangrenta
Desta culpa compartilhada, eterna sentença...

Espinhos sociais, que se traduzem em pavor
Açoites familiares, que se fazem na dor
Estigmas Políticos, Midiáticos...
E a Religião, essa lança, que perpassa a razão

E perdoar-se, não é opção
Punir-se, pela própria prole  
Honrar dos antepassados, suas ações
E fazer da culpa, o legado, de quem matou com as próprias mãos

Luciano Andrade PATCHANNS

sábado, 17 de maio de 2014


Conceito

 

A beleza não se faz a mesa do faminto
Assim como as sobras, complementam a fartura
E só uma parte da diferença
Que alicerça o desfecho dos princípios
Os valores de cada indivíduo
São a Meca de sua compreensão
E ainda seremos os mesmos
Se no conceito, não encontrarmos o perdão

Luciano Andrade PATCHANNS

quarta-feira, 14 de maio de 2014


Brasil


Sob este céu de Outubro
Não compreendo se é mentira ou setembro
Se tem a ver com racismo, ou o heterogêneo

Somos mesmo canções distintas
De um principio em decadência
Que ostenta essa base de indecência

Fundamentamos esta horda
Pau para toda obra
Comedores de arroz com feijão

Caniços aglomerados
Corruptos de sorriso armado
E por detrás da cortina, mora a armação...

Inocência ou complacência?
Defesa ou Indiferença?
Seja como for, não marcamos ausência

É tudo dito irrelevante
Se chega o Carnaval, o churrasco no quintal
Meu time ganhou no Futebol... Amanhã, é feriado Nacional

E o paraíso torna-se infernal. Parábola ou Piada?
Corruptos heterogêneos, sem pátria amada
Neste solo, que és mãe gentil...

E somos todos parte disso
Querendo ou não, grande ou pequeno
Nos chamamos todos, Brasil.

Luciano Andrade PATCHANNS

quinta-feira, 8 de maio de 2014


Maluco que sou...

Sou maluco de consciência...
Nada me acrescentou a papoula
O ouro Colombiano
Nem da Tailândia, a bela flor

Não me corrompem estes combos de Cinema
Nem porcionados de liquidificador
Trago a carranca dos anos
Meu semblante e minha dor

Sou restos do passado
Partes do futuro
De um tempo, de ligações extremas
Onde não bastava ser impuro

Eu vim de conselhos sábios
Ouvidos aguçados
Olhos atentos
Experiências furtivas

Não havia ninguém em meu espelho
Por virtude
Juntei cacos
De sonhos e pesadelos

Sou maluco de consciência
Não um rosto na fila do provador
Não cai na jaula do conscientizado
Nem em sua lábia de doutor

Tenho memórias de guerra
Paz e Amor...
Visões de uma era, onde tudo é terror
E o que eu sou, esta num chip de computador

Sou maluco de consciência
Não preciso dessa indulgência
Não me tiram para dança
E não entro nessa moda de ser ovelha, ou pastor

Vejo uma humanidade fragilizada
Expondo suas entranhas
Fracos socializados de amigos virtuais
Bêbados felizes, Ignorantes culturais

E o que me sustenta nestes dias
Não é mais a papoula, o ouro, ou mesmo a bela flor
É ser maluco de consciência
Colorido, em tempos de uma só cor

Luciano Andrade PATCHANNS

segunda-feira, 5 de maio de 2014


Anedota


Acha mesmo que me abala a tormenta?
Destes versos incessantes, que orquestram minha linha?
Não! Não caio mais em cisternas flamejantes
Nem me rebaixa o seu julgo
Sou feito de odres velhos
Que carrega o novo vinho
De conquistas, que não me satisfaz
Faces psicóticas de estereótipos
Que contemplam o tempo do ocorrido
Fundamentam seus dias, com medo da morte
E morrem ainda em vida...
Somos mesmo este infortúnio, privados de serenidade?
Poucos passos para dar, no caminho da incerteza
Medo de crescer, ou fé?
E ver ao redor, que tudo se harmoniza
Nos rebaixa, na certeza de sermos mesmo carne
Desconhecendo o principio, optamos pela ira
Seguindo como fruta de estação
Sem ostentar a vida, curando feridas que não fecham
Nos tornamos sentimentos primitivos
Que se resumem em sofrer
Questionar...
Sorrir...
Chorar...

Luciano Andrade PATCHANNS

sexta-feira, 2 de maio de 2014


Mari - 14-09-78/23-02-78

 

A vida esquarteja a morte
No ventre do eterno...

O ciclo eclode do tempo
Que finda o firmamento

Engana-se a morte a espreita
Na luz, se faz a solidão...

Luciano Andrade PATCHANNS