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segunda-feira, 26 de maio de 2014


Medo


Não temo as marcas do passado
Nem contextos do designo
Temo mesmo as fontes literárias que contradizem o futuro
Ocultando da jornada, o presente que de medo cultuo

Temo a deusa da ganância e as sandices do consumo
Temo a morte da sabedoria e forte elevação do submundo
Temo mais minhas verdades que as mentiras do casto mundo
Temo que a moribunda liberdade seja banida do ser profundo

E do medo tenho apenas o prenuncio
De um Mundo mais imundo
Que oferta mais tiranos do que Raimundos
Abastando lentamente, o que do  homem é mais ao fundo

E se temer é uma constante dissertação
Verei nos homens o medo na forma de obsessão
Que a tudo degrada em nome da segurança
E de uma agravada obstinação
 
E terei medo de olhar nos olhos que se cruzam no caminho
E ver que olham para mim, com o mesmo medo que lhes tenho conferido
E sentirei vergonha de mim mesmo, sendo eu homem
Que se esqueceu de Deus os seus desígnios
E não amou o irmão, que a ti foi proferido

Luciano Andrade PATCHANNS
www.facebook.com/PATCHANNS

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