Translate

domingo, 3 de agosto de 2014


Loucura

Havia ali uma desolação
Um gosto amargo que emerge da doçura
Um contraposto da primaria filosofia
Uma anarquia, que do caos, sobressai-se.


O silencio dos olhos, inquietantes...
A sorrateira decepção que não finda minha espera
Desdobra minhas certezas
E de um esboço, desenha-se minha fraqueza.
 

Não aceito minha loucura
Nem expresso minha certeza
Mas é certo que me entreguei aos loucos
Quando a solidão tomei, por avareza.
 

Estampidos de minha mente, sem abrigo
Impõe-me a noite fria, claustrofóbica
És minha miríade de ilusões
De uma infância sem sonhos, desilusões.
...

Meu descaso desonra minha memória
Minha insignificância ri de minha peleja
Penso estar acima, por de baixo ser...
Então, fustiguei minha alma.


Minha loucura não tinha lugar à mesa
Pus-me ali, elucidado de mentiras
Perturbei-me, me perdi...
Não sabia mais quem eu era, e nem porque sorriam para mim.


Meus braços entrelaçados, neste muro de presságios
Compõem-me um soneto, de desejos blasfemos
E vejo-me no espelho, monstruosa humanidade
E o fedor desta pacificidade humana, que não ama, e nem conhece a verdade.


E se sou louco...
Sou louco de versos premeditados
De cobiça desvairada, ambição desonrada
Louco, porque simplesmente eu não fiz nada.


Luciano Andrade PATCHANNS

Nenhum comentário:

Postar um comentário