Loucura
Havia ali uma desolação
Um gosto amargo que emerge da doçuraUm contraposto da primaria filosofia
Uma anarquia, que do caos, sobressai-se.
O silencio dos olhos, inquietantes...
A sorrateira decepção que não finda minha esperaDesdobra minhas certezas
E de um esboço, desenha-se minha fraqueza.
Não aceito minha loucura
Nem expresso minha certezaMas é certo que me entreguei aos loucos
Quando a solidão tomei, por avareza.
Estampidos de minha mente, sem abrigo
Impõe-me a noite fria, claustrofóbicaÉs minha miríade de ilusões
De uma infância sem sonhos, desilusões.
...
Meu descaso desonra minha memória
Minha insignificância ri de minha pelejaPenso estar acima, por de baixo ser...
Então, fustiguei minha alma.
Minha loucura não tinha lugar à mesa
Pus-me ali, elucidado de mentirasPerturbei-me, me perdi...
Não sabia mais quem eu era, e nem porque sorriam para mim.
Meus braços entrelaçados, neste muro de presságios
Compõem-me um soneto, de desejos blasfemosE vejo-me no espelho, monstruosa humanidade
E o fedor desta pacificidade humana, que não ama, e nem conhece a verdade.
E se sou louco...
Sou louco de versos premeditadosDe cobiça desvairada, ambição desonrada
Louco, porque simplesmente eu não fiz nada.
Luciano Andrade PATCHANNS
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