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segunda-feira, 11 de agosto de 2014


Restos


Tenho um sentimento ilhado
Rodeado de frágeis e fracos
Do qual não entendo os pecados
Que sepultam seu gosto marcado
Por atos de desperdício, com o que não é necessário

Pilhamos nossas riquezas na lixeira da esquina
Fizemos do consumismo uma rotina
Carro novo todo ano, roupa nova p'ra festinha
Feriado, Carnaval, tudo tem sua continha

Esquecemos como coexistir com o necessário
E a demanda aumenta a cada seca do espraiado
Falta água na torneira, arroz no banhado
Falta coerência de quem faz da omissão, um risco desnecessário

Joga-se fora de um lado, passa-se fome do outro
Não deixamos para o amanhã, os restos de hoje
O bem durável passou a ser renovável
Troca-se tudo, antes de lhe ter acabado

E meu sentimento revoltado
Vai para o descaso, que no povo, vejo sacramentado
Deixando de pensar que tudo pode ir por água abaixo
Se não revermos nossa sede, por este consumo insensato

E ainda que nada lhe falte no presente
Nada, também lhe faltou no passado
Mas pode estar no futuro
A baixa demanda devido ao nosso descaso


Luciano Andrade PATCHANNS

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