Restos
Tenho um sentimento ilhado
Rodeado de frágeis e fracosDo qual não entendo os pecados
Que sepultam seu gosto marcado
Por atos de desperdício, com o que não é necessário
Pilhamos nossas riquezas na lixeira da esquina
Fizemos do consumismo uma rotinaCarro novo todo ano, roupa nova p'ra festinha
Feriado, Carnaval, tudo tem sua continha
Esquecemos como coexistir com o necessário
E a demanda aumenta a cada seca do espraiadoFalta água na torneira, arroz no banhado
Falta coerência de quem faz da omissão, um risco desnecessário
Joga-se fora de um lado, passa-se fome do outro
Não deixamos para o amanhã, os restos de hojeO bem durável passou a ser renovável
Troca-se tudo, antes de lhe ter acabado
E meu sentimento revoltado
Vai para o descaso, que no povo, vejo sacramentadoDeixando de pensar que tudo pode ir por água abaixo
Se não revermos nossa sede, por este consumo insensato
E ainda que nada lhe falte no presente
Nada, também lhe faltou no passado
Mas pode estar no futuro
A baixa demanda devido ao nosso descaso
Luciano Andrade PATCHANNS

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