Navegante
Sou barco sem remos
Casa sem portasTenho dedos que não tocam
Janelas que olham
Acho que estou do outro lado
Penso em viver ao seu ladoTenho pedras no sapato
Nas profundezas, sou raso
Minhas manhãs são eternas
Não me dou com a badernaCaio de pé na pinguela
Gosto de Mortadela
O amor não me esgoela
Sou asas abertasNão me estreito nas trevas
Sou o fundo da caverna
Minha alma perambula, sem corrigir sequelas
Tenha a perna duraCoração mole
Pensamentos na lonjura
Na pequena porção, vejo a imensidão
Na atitude, recebo a absolviçãoNa plenitude, sinto seu coração
E por isso, meus remos caíram das mãos
Luciano Andrade PATCHANNS



.jpg)