Translate

terça-feira, 26 de agosto de 2014


Navegante
 

Sou barco sem remos
Casa sem portas
Tenho dedos que não tocam
Janelas que olham

Acho que estou do outro lado
Penso em viver ao seu lado
Tenho pedras no sapato
Nas profundezas, sou raso

Minhas manhãs são eternas
Não me dou com a baderna
Caio de pé na pinguela
Gosto de Mortadela

O amor não me esgoela
Sou asas abertas
Não me estreito nas trevas
Sou o fundo da caverna

Minha alma perambula, sem corrigir sequelas
Tenha a perna dura
Coração mole
Pensamentos na lonjura

Na pequena porção, vejo a imensidão
Na atitude, recebo a absolvição
Na plenitude, sinto seu coração
E por isso, meus remos caíram das mãos


Luciano Andrade PATCHANNS

Nenhum comentário:

Postar um comentário