Tenho duas realidades
Uma me consome, a outra me liberta
Tenho muito a dizer quando não me perguntam
E nada a falar quando sou questionado
Estou lá antes de ter ido
E quando vou embora, ainda nem cheguei
Tenho cisma com o fracasso
E a ele me acostumei
Perder ou vencer, pra mim tem o mesmo sabor
Não me oriento pelas estrelas, porque não sei ler
Mas se soubesse, não diria
Arrasto-me pelo dia sem nada, ou pouco a pensar
E quando penso, escrevo, cada coisa em seu lugar
Falta delírio às vezes, mas só porque o vento não passou
por lá
E meu canário cantador, é quem puxa o despertar
Tenho inveja do meu Ipê, queria estar em seu lugar
Não ir a lugar nenhum, porque sempre vou voltar para o
mesmo lugar
Não entendo as horas, só o calor que incomoda
Talvez eu devesse comprar um relógio, ou ir morar lá fora
E já nem sei mais se sou livre ou prisioneiro deste lugar
Meu mundo é tão pequeno, que mal saio do lugar
Mas vivo do mesmo modo
Às vezes pensando demais
Às vezes sem nada para pensar
Luciano Andrade PATCHANNS
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