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quinta-feira, 13 de novembro de 2014


Tenho duas realidades

Uma me consome, a outra me liberta

Tenho muito a dizer quando não me perguntam

E nada a falar quando sou questionado

Estou lá antes de ter ido

E quando vou embora, ainda nem cheguei

Tenho cisma com o fracasso

E a ele me acostumei

Perder ou vencer, pra mim tem o mesmo sabor

Não me oriento pelas estrelas, porque não sei ler

Mas se soubesse, não diria

Arrasto-me pelo dia sem nada, ou pouco a pensar

E quando penso, escrevo, cada coisa em seu lugar

Falta delírio às vezes, mas só porque o vento não passou por lá

E meu canário cantador, é quem puxa o despertar

Tenho inveja do meu Ipê, queria estar em seu lugar

Não ir a lugar nenhum, porque sempre vou voltar para o mesmo lugar

Não entendo as horas, só o calor que incomoda

Talvez eu devesse comprar um relógio, ou ir morar lá fora

E já nem sei mais se sou livre ou prisioneiro deste lugar

Meu mundo é tão pequeno, que mal saio do lugar

Mas vivo do mesmo modo

Às vezes pensando demais

Às vezes sem nada para pensar

 

Luciano Andrade PATCHANNS
 

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