Sombras na Escada

Não é difícil ser cretino
Difícil, é ser o zeladorÉ carregar a chama para acender o pavio de quem caiu nas sombras
É aquecer na madrugada, quem tem o frio por companhia
É ser aquele, que remedia o caminhante em sua dor
Não é difícil ser a razão
Difícil, é ser o sonhadorÉ viver distante no "alter ego"
É ser ausência de rubor
É ser aquele que faz do impossível, seu sucessor
Não é difícil ser educado
Difícil, é ser o educadorQue dirá mazelas e mostrara os defeitos
De quem não enxerga o próprio rancor
Não é difícil ser o medo
Difícil, é ter coragemDe dizer o que pensa
Em meio a toda essa gente
Que dispensa
Os espinhos da verdade
Não é difícil ser a vaidade
Difícil, é dispensar o que envaideceSe despindo de tudo, que em nada te acrescentou
Nem um verdadeiro amigo, ou mesmo um falso amor
Imergindo-o na falsidade, de quem quer tomar para si
Aquilo que te elevou
Não é difícil ser o profeta
Difícil, é ser o ceifadorQue terá na pobre colheita
A dura destreza, de separar o joio do trigo
E levar ao senhorio, os poucos grãos que sobrou
Mas difícil mesmo é ser a consciência
De olhar tudo isso e ainda guardar a conivênciaVendo nos olhos dessa gente
Que a esperança se faz presente, apenas no tosco enredo
De ladainhas fervorosas
Resmungadas nos esplendorosos templos
Clamadas para dar aos outros
Uma falsa importância, de quem se farta de uma moeda jogada
A aqueles que não têm no meio social, significativa relevância
Transformando a indiferença
Em comum convivência
Luciano Andrade.-*PATCHANNS
www.facebook.com/PATCHANNS
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