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segunda-feira, 10 de março de 2014


Sombras na Escada


Não é difícil ser cretino
Difícil, é ser o zelador
É carregar a chama para acender o pavio de quem caiu nas sombras
É aquecer na madrugada, quem tem o frio por companhia
É ser aquele, que remedia o caminhante em sua dor

Não é difícil ser a razão
Difícil, é ser o sonhador
É viver distante no "alter ego"
É ser ausência de rubor
É ser aquele que faz do impossível, seu sucessor

Não é difícil ser educado
Difícil, é ser o educador
Que dirá mazelas e mostrara os defeitos
De quem não enxerga o próprio rancor

Não é difícil ser o medo
Difícil, é ter coragem
De dizer o que pensa
Em meio a toda essa gente
Que dispensa
Os espinhos da verdade

Não é difícil ser a vaidade
Difícil, é dispensar o que envaidece
Se despindo de tudo, que em nada te acrescentou
Nem um verdadeiro amigo, ou mesmo um falso amor
Imergindo-o na falsidade, de quem quer tomar para si
Aquilo que te elevou

Não é difícil ser o profeta
Difícil, é ser o ceifador
Que terá na pobre colheita
A dura destreza, de separar o joio do trigo
E levar ao senhorio, os poucos grãos que sobrou

Mas difícil mesmo é ser a consciência
De olhar tudo isso e ainda guardar a conivência
Vendo nos olhos dessa gente
Que a esperança se faz presente, apenas no tosco enredo
De ladainhas fervorosas
Resmungadas nos esplendorosos templos
Clamadas para dar aos outros
Uma falsa importância, de quem se farta de uma moeda jogada
A aqueles que não têm no meio social, significativa relevância
Transformando a indiferença
Em comum convivência
 

Luciano Andrade.-*PATCHANNS
www.facebook.com/PATCHANNS

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