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segunda-feira, 10 de março de 2014


Órfãos



Revelei-me ao mundo
Sem nada compreender
Puro de sentidos
Deveras eu, aprender

Encontrei aqui, todos sedentos
Atolados em martírio
Sem lados
Apostos ou opostos
Todos, meninos...

Em busca de férteis
E fecundas terras
Buscando origem no principio
¹Véritas, virgens...

Onde pudéssemos ver sentido
Na vivencia putrefata, distorcida
Que nos ofereciam
Em banquetes refinados
De progresso e declínio

Servidos ao alto custo
Do ouro ensanguentado
Da massa desvairada
Que sustenta a burguesia
E de latão, o estipêndio,
Tem no fim do dia

Decerto é assim, não entendia
De acaso, a sorte
A alguns serviam
Tendo por certo
Aqueles, que dela exauria

Mas havia um Deus
Que a todos prometiam
O paraíso perigoso
Que certa conduta exigia

Que os de boa sorte
Por certo não teriam
Pois era dado o bilhete
Aos que de fadiga viviam

O conto bem contado
A massa, reprimia
Amargando e controlando
Isoladas rebeldias
Que lutavam com a sorte
Não contando com a vida

E sedentos, murmuram
Suas ávidas preces
Esperando na morte
O que lhe negaram na vida

Como órfãos meninos
Anseiam
Que alguém os olhe
E por eles declinem
O amor que esperam
Receber em vida
O que somente a Deus o prometiam

Luciano Andrade.-*PATCHANNS
 

¹VERITAS – verdade, verdadeiro...

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