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terça-feira, 11 de março de 2014


Meio do Nada

Não sou a ânsia e nem a fome
Sou qualquer coisa para o lado
Não tenho mesmo palavras, só uns trocados

Cheguei cedo deste lado
Ou tarde demais para espetáculo
Fiquei mesmo para trás, não sei, tanto faz

A questão é que não tenho ouvidos
Só sussurro zumbidos que estorvam
Fazem cara de entendidos, e dão o fora

Tenho vontade de ir embora
Talvez seja apenas o fracasso que me devora
Só sei cair para um lado, e este lado não me aflora

E esta solidão que se demora
Talvez seja a resposta de minha inquietude
Que me coloca deste lado, onde ninguém olha para o lado

E vou seguindo a estrada deste desassossego
Tentando não ser o silencio que agride
Ou o grito que insiste, em minha causa de Morpheus

Sinto-me um tolo reprimido
Por essa grandeza espremida
Que não liberta e nem vira ferida

E o meu lado não é dentro e nem fora
Vejo tudo pela brecha, sem entrar e sem ser convidado
Escrevendo meus trocados, sem ser muito almejado


Luciano Andrade.-*PATCHANNS
www.facebook.com/PATCHANNS

2 comentários:

  1. Parabéns! Gostei muito do seu estilo poético!

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    1. Obrigado Cléo, também gostei de seus poemas, você escreve bastante coisa, e tem talento.

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