Translate

quarta-feira, 30 de abril de 2014


De Cesar...


Nasci escravo, branco, preto, não existe mais a porção
Todos criados nas senzalas
Da rotina desenhada que distrai o pensamento
Não deixando nenhuma brecha, para nosso fraco discernimento

Escravos das leis que não cuidamos
Que criadas, nos fraqueja o entendimento
Educados em pensamentos que não pensamos
Tendo o certo e o errado, por consentimento

Aprendemos a ter medo antes de saber escrever
Pois quando escriba, não ira se aventurar a redizer
Não há vontade que desmanche
A sutil escravidão que nos engancha, em troca de fartura e lazer

E quem se embrenha em fuga
Não encontra lar na lonjura
E tem no relento, a infindável cobertura
E de Eremita maltrapilho, o trata a escravatura

Sou escravo, nem preto, nem branco, só humano
Das coisas que não escolhi para gostar
Das coisas que não escolhi para aprender
Do Deus que não escolhi para rezar

Sou escravo da energia, do não ter que caminhar
Escravo da mentira, que de possuir o livre arbítrio, me fizeram acreditar
Sou escravo da Rotina, que em troca, irão me alimentar
Escravo do preconceito, de que, se não for como todos irão me martirizar
Sou escravo da moeda, que me deram para ostentar
E conseguiram me convencer, que sem ela, não vou a nenhum lugar

E mesmo sabendo tudo isso, a condição que me deram para viver
Tento às vezes me desvencilhar
Destruindo tudo o que tenho, despejando meu brado ao luar
E quando calmo, vejo que não há mais nenhum canto
Onde a esfinge da moeda, novamente volta a me escravizar

Luciano Andrade.-*PATCHANNS
www.facebook.com/PATCHANNS

Nenhum comentário:

Postar um comentário